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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Aerolíneas Argentinas

Se você pretende viajar escolha qualquer companhia aérea que não seja a Aerolíneas Argentinas.
Aquilo ali é de deixar até careca de cabelo em pé.
Uma desorganização tão grande que dá vontade de voltar pra casa antes mesmo da viagem começar.
Conforme é recomendado, chegamos ao aeroporto de Guarulhos com 3 horas de antecedência, antes da 5 da manhã.
O balcão da companhia estava abandonado às traças, sem sequer um aviso do horário de funcionamento.
Um funcionário de uma agência de turismo que estava por lá disse que é assim todos os dias. Podem abrir os guichês às 5 da manhã, às 6, às 7... não há um padrão.
Não bastasse termos ficado em pé numa fila que aumentava a cada instante, os funcionários nem olham pra cara da gente quando, enfim, chega a nossa vez no check in.
Nosso voo tinha saída prevista para as 8 da manhã. Às 8 e pouco, como não havia nenhuma movimentação no portão de embarque determinado, fomos perguntar o que estava acontecendo. Cada grupo obteve uma resposta diferente: a tripulação havia chegado tarde e não poderia voar regulamentada, a tripulação estava cansada, o avião estava com problemas e passava por manutenção, o voo havia sido cancelado por baixo número de passageiros...
Essa novela se extendeu até o meio dia!
Eles devem achar que precisamos mais dele do que eles precisam de nós, que somos algum tipo de otários, de ignorantes, não sei.
Foi necessário pedir um milhão de vezes para que nos dessem algum tipo de documento informamndo a causa do atraso para posteriores reclamações e, quando veio o "documento", era uma folha onde constava o endereço eletrônico de uma central de reclamações sei lá aonde.
Uma falta de respeito, de profissionalismo, de educação, de tudo!
Pra ficar menos ruim distribuíram um "vale coxinha" (apelido dado ao ticket pelos passageiros indignados) no valor de 22 reais, quando um sanduiche mixuruca na única lanchonete autorizada a receber os ditos vales custa 17 reais.
Depois de ter chegado no aeroporto há mais de 7 horas, embarcamos no avião.
O espaço entre as poltronas mal dá pra gente respirar...
Quando procederam a troca dos bilhetes de embarque, parte dos passageiros recebeu a informação que não haveria lugares marcados e outra parte foi orientada a sentar-se nos lugares indicados. Conclusão: o maior angú de caroço dentro do avião! Todo mundo perdido, sem saber onde sentar, cada um cumprindo as determinações que recebeu...
Tinha gente sentado no lugar do meu marido que acabou indo lá pra trás...
Alguns fizeram questão de suas poltronas marcadas, foi quando entrou em cena uma comissária completamente estressada, coitada!, que aos berros faltou bem pouco pra bater num dos passageiros. Ela gritava, completamente histérica, num idioma incerto e não sabido, que o avião não decolaria enquanto cada um não estivesse sentado em seu lugar marcado, como se fossemos todos criancinhas de jardim de infância!
Foi terrível assistir a esse espetáculo...
Depois de muito bateboca o avião decolou.
Ao meu lado sentou-se um senhor, cuja nacionalidade desconheço mas que não falava nem espanhol, nem português, nem inglês (únicos idiomas que a tripulação tentava falar!). Na hora que começaram a servir aquele sanduiche pavoroso (parecia de papelão!), o pobrezinho foi abrir a mesinha à sua frente e não havia espaço suficiente pra isso, pois a mesinha batia na barriga dele. Percebendo o embaraço do sujeito, pedi ao rapazinho que estava sentado na frente dele que colocasse seu assento na posição vertical, pelo menos enquanto o homem comia, no que fui atendida prontamente.
Qualquer pessoa de estatura mediana que estava  naquele avião, viajou com os joelhos encostados na poltrona da frente. Tenho até medo de pensar como chegaram em Buenos Aires os passageiros mais altos!
Pensa que acabou? Errou!
Depois de quase 3 horas de aperto e desconforto, seguimos para a esteira a fiim de retirar nossas bagagens.
Metade dos passageiros esperou por mais de uma hora e nada de malas...
Só Deus sabe para onde eles enviaram as malas!
Outra confusão dantesca no aeroporto, o portunhol rolando solto, todo mundo nervoso.
Havia casais em lua de mel, casais de idosos, crianças que ficaram sem nenhuma malinha pra contar a história. E todo mundo indo pra Patagônia, onde faz um frio danado.
O funcionário do aeroporto se recusando a dar qualquer documento que comprovasse que as malas sumiram, o caos!
É claro que perdemos a conexão, né?
Imagine metade dos passageiros de um avião de carreira, todos cansados, irritados, com frio, com fome e loucos de vontade de pegar alguém pelo pescoço.
Perguntamos aos argentinos todos que encontramos se isso acontece com frequência e o que nos disseram é que essa é a pior companhia aérea do mundo, que acontece esse tipo de coisas milhões de vezes, o tempo todo.
Esse foi o começo das minhas férias.
Essas são as Aerolineas Argentinas!



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