Páginas

sábado, 2 de janeiro de 2010

Destino?

Imagine....

Pessoas que moram em encostas de morros por absoluta falta de opção.
Pessoas que juntam dinheiro, quem sabe por quanto tempo, para férias de fim de ano.
Pessoas que possuem imóveis em locais privilegiados.


Todas elas resolvem ir para o mesmo lugar, no mesmo dia.
Estão lá, reunidas, no momento em que a terra resolve ceder, castigada pela chuva incessante.


Algumas dormindo, algumas festejando.
Adultos, jovens, crianças.

Ricos, pobres, cultos, ignorantes.


Gente de várias raças, de vários credos, de todas as idades e todas as classes socias.


Alguns não terão nem mesmo quem chore por eles, pois estão todos mortos.


Alguns foram arremessados para o mar, tamanha a força da enxurrada.


Será que podemos chamar de sorte estar nesse lugar, nessa hora?

Ninguém foi separado, mas alguns foram poupados!
Quem e quando decidiu o que aconteceria com essas pessoas?


Como será sentir-se sufocar, com toneladas de terra em cima da sua cabeça?
Como será estar vivo ali, sem saber quanto tempo lhe resta?
Como será a preocupação com os que estavam a seu lado e que você não pode ver agora?
Como será estar a procura de pessoas soterradas, contando os minutos, pedindo silêncio na tentativa de ouvir pedidos de socorro?
Como será estar quentinho em sua cama e receber um telefonema dizendo que todos a quem você ama estão debaixo de um monte de terra, quando deveriam estar rindo, comemorando, felizes?
Como será ter que ir a um IML, checar um monte de corpos sem vida pra ver se existe alguém que você conhece no meio deles?
Como será encontrar alguém que você ama numa geladeira de IML?


Como será o dia seguinte de cada uma dessas pessoas?

Quando o paraíso se transforma no inferno!


Um comentário:

  1. é! nessas horas a gente se pergunta mesmo o que terá acontecido? fiquei perplexa quando a jornalista, entrevistando o parente do cara que foi arremessado, perguntou: é, a noiva morreu, vc sabe me dizer como eles estavam antes do desmoronamento, se ele sentiu muito a perda?
    Caramba! eles tinham acabado de ficar noivos, ela morre! Como ela acha que o cara está?
    Esta pergunta, pra mim, foi totalmente desnecessária.
    Acho que quem perde alguém repentinamente fica com um nó... Como será conviver com: eu estou vivo, mas todos que amei estão mortos! Haja psicologia!
    São coisas da vida, se destino ou não, são inevitáveis! Dizem que quando chega a hora, não adianta... acho que nao deveria haver esse tipo de morte tragica... todos deveriam morrer de velhice... assim, nao seria alterada a ordem natural das coisas... Meio Poliana, mas seria muito melhor!!!

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário, recado, sugestão.
É sempre bom saber o que acham daquilo que a gente faz com amor e carinho.
Seja bem-vindo sempre que desejar voltar!